quinta-feira, 10 de abril de 2014

O Reino de Deus



O REINO DE DEUS

Reino - É uma forma de governo em que a autoridade reside em um rei. Esse governo se estende sobre todos os territórios e pessoas que estão debaixo do domínio do rei. Nos tempos bíblicos, a maioria dos povos era governada por reis. Por isso, as nações eram chamadas reinos. 
O QUE É O REINO DE DEUS?

É o governo de Deus. Deus é a fonte de toda autoridade. Ele é o rei absoluto do universo por direito inerente, por ser seu criador, dono e sustentador. Ele é a autoridade suprema sobre tudo que existe, sobre o que é visível, e o que é invisível, sobre a criação, os anjos, a humanidade, a história, as nações e os eventos futuros. 
O Senhor reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu, cingiu-se de fortaleza; o mundo também está estabelecido, de modo que não pode ser abalado. O teu trono está firme desde a antiguidade; desde a eternidade tu existes. (Salmos 93:1-2)
O Senhor reina, regozije-se a terra; alegrem-se as numerosas ilhas. Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e equidade são a base do seu trono. (Salmos 97:1-2)
Por ser autoridade, um dia Ele julgara a todos com justiça. Deus é o Rei do Universo e Rei Eterno. (Salmos 99:1; 145:13; 146:10)

ASPECTOS DO REINO DE DEUS

O governo natural de Deus sobre a criação - Deus exerce seu governo sobre o universo de um modo natural. As galáxias, constelações, estrelas, sois, a terra, as distintas espécies de fauna e de flora, a vida biologia em todas as suas variedades (a célula, a molécula, o átomo, etc.). Tudo, absolutamente tudo é regido por Deus. Ele criou todas as coisas por sua palavra. Ele mandou e foram feitas. 
Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê. (Hebreus 11:3)
Ele sustenta todas as coisas palavra do seu poder. (Hebreus 1:3) A natureza obedece ao governo de Deus de um modo espontâneo e natural (obviamente não se trata de uma sujeição consciente e voluntária como no caso do homem). 
O governo moral de Deus sobre os homens - O homem é um ser moral, criado por Deus a sua imagem e semelhança, com atributos de personalidade: espírito, vontade, intelecto e emoções. Deus exerce governo moral sobre o homem esperando dele uma sujeição consciente e voluntária. Ele é autoridade suprema e expressa sua vontade ao homem por meio de sua Palavra. O homem é um ser criado com responsabilidade moral e capacidade de decisão, é responsável por obedecer consciente, voluntária e inteligentemente a Palavra de Deus, reconhecendo e acatando-a, desse modo, passamos a ser parte integrante desse Reino. 

O HOMEM NO REINO

Já na criação, Deus gera padrões de conduta ao casal edênico, criados a sua imagem em semelhança. E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente. (Gênesis 2:7)
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra. Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gênesis 1:26-27)
O homem, feito a imagem e semelhança de Deus, tinha espírito e atributos de personalidade. Além disso, essa imagem divina se via em seus atributos morais. Em seu estado de inocência perfeita, Adão e Eva refletiam a santidade, a justiça e o amor de Deus. 
Deus exerce seu governo sobre o homem. Em pleno exercício de sua autoridade, Deus governava sobre o homem e sobre a mulher mediante sua palavra: “frutificai e multiplicai, enchei a terra e sujeitai-a” (Gn1:28-31). O homem deveria lavrar a terra e cuidar dela (Gn2:15). Podia colher do fruto das árvores e das plantas. Podia ter relações com sua esposa, pois eram uma só carne. (Gênesis 2:24-25) 
Todo ser moral tem duas atribuições que imutáveis: (Liberdade x Limite) Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gênesis 2:16-17)
Na liberdade de Deus, tudo é possível fazer, porém, ultrapassando o limite imposto pelo Rei, as consequências são imediatas. Tudo era bom, perfeito e agradável, enquanto o homem e a mulher viviam submissos à autoridade do Rei Eterno, ou seja, enquanto viviam sob a autoridade do governo moral de Deus. 

A entrada do pecado na vida humana. Enganados por Satanás, primeiro a mulher e depois seu marido, se rebelaram contra a vontade de Deus, comendo do fruto proibido e pecaram.
Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. (Gênesis 3:6)
O que é o pecado? Justamente isso: rebelião contra Deus. É insubordinação a sua autoridade. É fazer a própria vontade, em detrimento a do Rei, desconhecendo desse modo a autoridade de Deus.

A Condição do Homem. Do mesmo modo que Adão, todos pecaram contra Deus, tanto pela herança pecaminosa que recebemos, como por nossas atitudes pessoas diante do Rei. Cada um vive como quer, fazendo a própria vontade. As consequências dessa rebelião estão a vista de todos nós: orgulho, temores, ansiedades, depressões, enfermidades, iras, inseguranças, ódios, crimes, divórcios, mentiras, inimizades, rancores, problemas familiares, etc. Todos esses são sintomas da morte: morte espiritual, que finalmente resultará na morte física e logo, a condenação eterna. 
Quantos males vieram sobre a humanidade por não viver sob o reino de Deus! Quão triste é a condição atual dos homens! Para piorar a situação, o homem não tem em si nenhum recurso para mediar ou reverter esta situação, que essencialmente é um problema espiritual.

O EVANGELHO DO REINO

(Mar 1:14-15) Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia pregando o evangelho de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho. 
Jesus ia por toda parte pregando e ensinando sobre o reino de Deus. Esse era seu tema principal e quase se poderia dizer, seu único tema. Havendo já considerado o que é o reino de Deus, cabe agora a pergunta: o que é o evangelho do reino? 
Evangelho significa boa notícia (boa nova). Jesus anunciou aos homens a boa notícia do reino de Deus. Foram boas notícias porque o momento esperado e anunciado pelos profetas havia chegado. E também são boas notícias porque Deus, em seu amor, mandou seu Filho, não para condenar o mundo, mas para salvar o mundo. 
Nós homens, excluídos da presença de Deus por nossa rebelião, agora recebemos a boa notícia de que o reino de Deus chegou sobre nós, e que mediante o arrependimento – uma mudança total de atitude – e a fé em Cristo, nos é dada a possibilidade maravilhosa de nascer de novo, por causa da morte e ressurreição de Cristo, para entrar assim no reino de Deus.
De nossa parte, isso significa um compromisso total de viver sob o governo de Deus, sujeitando-nos à autoridade de Jesus Cristo. Da parte de Deus, significa o perdão total de nossos pecados, uma vida nova, sermos feitos filhos de Deus e viver o seu reino aqui e agora, bem como por toda eternidade. 

DISTINÇÃO DE REINOS

Todos nós vivemos segundo certas normas e hábitos, mesmo que não sejam mais que simples modas que mudam a cada momento. Podemos classificar os seres humanos em dois grupos: os que vivem como querem e os que vivem como Deus quer. São dois conceitos de governo da vida que são diametralmente opostos entre si. Nas sagradas Escrituras, estes dois governos estão identificados como O IMPÉRIO DAS TREVAS e o REINO DE DEUS. Esses dois termos aparecem na carta de Paulo aos Colossenses onde o apóstolo, falando de Deus, afirma: (Col 1:13) e que nos tirou do império das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado. A Bíblia também declara que Satanás é o que domina sobre o império das trevas, enquanto Jesus Cristo exerce o governo sobre o reino da Luz. 

O IMPÉRIO DAS TREVAS

Aquele que pretende viver segundo seus próprios critérios se engana. Quando alguém faz o que quer, pensa que está tudo bem, mas na realidade está se destruindo e caindo na armadilha do diabo. Por isso devemos levar em conta que a raiz do mal do homem está em sua rebelião, seu egoísmo, sua pretensa independência de Deus. Ao não levar em conta a Deus, nem reconhecê-lo como dono e rei sobre sua vida, está seguindo o mesmo caminho de Satanás e terminará como consequência, debaixo de seu domínio. 
Satanás é chamado na Bíblia de “o príncipe desse mundo” (Jo12:31, Ef2:2). Com seus demônios ele exerce uma força espiritual maligna cujo propósito é transtornar, arruinar e, por fim, destruir o homem. Por isso há tanta confusão e maldade ao nosso redor, e muitas vezes no próprio ser humano. A atividade de Satanás no mundo é mostrada em muitos textos bíblicos, como os seguintes: (Efe 2:1-2,6:11-13), (Jo10:10), (2 Co6:3-4). 
É importante entender que nossos recursos humanos não são suficientes para fazer-lhe frente ou evitar cair em suas garras. Temos que depender de Cristo. “Para isso se manifestou o filho de Deus, para destruir as obras do diabo” (1Jo3:8). Lucas também testemunhou de “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda parte fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo” (At 10:38). 

O REINO DO FILHO (Jesus Cristo)

Quando as Escrituras se referem ao reino de Deus, não estão falando do céu ou do lugar onde Deus habita, senão do governo de Deus. Ele fez o mundo e como criador, tem o direito de governá-lo. Seu governo é exercido na luz, com justiça, santidade e amor. O governo sempre reflete o caráter do governante. Nesse caso, é Jesus Cristo quem governa com a autoridade que surge de sua morte e ressurreição, pelas quais revelou o amor e a justiça de Deus, e ganhou o direito de reinar sobre o mundo inteiro. Além disso, como Deus criou o homem a sua imagem, este nunca poderá viver bem ou realizar-se aparte da vontade de Deus. Sem ela, não se pode ser a pessoa que Deus quer que seja. 
Todos nós nascemos no reino das trevas por sermos descendentes de Adão (Efe 2:3), mas Deus quer nos transportar para seu Reino. Por isso Ele enviou seu Filho, que nos chama a segui-lo e sermos seus discípulos. A verdadeira conversão é ser livre do poder das trevas e transportado para o reino da luz. 

ASPECTOS DE CADA REINO

No mundo natural cada nação tem suas características que a identificam, bem como a cada um de seus cidadãos. No mundo espiritual isso também acontece. Tanto o reino das trevas quanto o reino da luz possuem peculiaridades pelas quais podemos identificar seus súditos. 

A LEI

A lei é um código de conduta que rege a vida dos cidadãos de um reino ou pais.
  
   A lei do reino das trevas: viva como quiser. Cada um vive de acordo com a própria vontade. Cada um vive como quer, faz o que lhe parece mais correto, o que lhe convém, o que lhe dá na telha. 
A Lei do reino da Luz: viva como Jesus quer. Os discípulos vivem como o Senhor manda, vivem para agradar a Deus. Não é uma questão de obedecermos quando quisermos, mas obedecermos em todos os momentos. 

O IDIOMA

A maneira de falar demonstra o que a pessoa tem no coração (Mt12:34). Observando o idioma que uma pessoa fala é possível identificar a que reino ela pertence: 
O idioma do reino das trevas: reclamação, murmuração, queixa, lamento. O filho queixa-se contra a mãe; a mãe queixa-se contra os filhos; a esposa contra o marido e vice-versa. Reclama-se do governo, do emprego, do patrão, do clima, etc. O idioma do reino da Luz: louvor, gratidão. Louvor não significa cânticos ou música. A música é apenas uma maneira de se expressar o louvor. Louvor é contentamento e gratidão ao Senhor por tudo.



A BANDEIRA

As cores e a disposição das cores na bandeira identificam o país. Normalmente não são necessárias às palavras, apenas observando a bandeira podemos identificar o país pelo que vemos. 

A bandeira do reino das trevas: egoísmo. Amo a mim mesmo. Vivo para mim. Esforço-me para mim. Penso apenas em mim. Contanto que comigo esteja tudo bem que importa os outros?


A bandeira do reino da Luz: amor. Amar os irmãos, o próximo, e até aos inimigos . Este é o sinal que identifica um discípulo (Jo13:34-35). Não é a doutrina o cabelo, a roupa, mas o fatio de nos amarmos uns aos outros.
 

CONCLUSÃO

O grandioso e poderoso Reino de Deus não é o que se pode ver ou tocar, mas é de tamanho poder, que não se restringe apenas ao modelo de consciência, e ou regra de vida.  Ele possui plenos poderes em tudo que existe, quer visível ou não, com efeito, sendo o mais poderoso em todos os aspectos; ditará as regras onde chegar, logo, todos os outros devem submeter-se.
Alguns autores do assunto dizem não haver diferença entre: “ver e entrar” (Jo 3), pois afirmo que essa diferenciação é tão notória quanto progressiva, porém, o Mestre vai muito além em sua progressão. Ele transporta seu grandioso Reino para dentro de cada um que passou da 1ª fase progressiva.
Para Deus, expansão, não se encontra em nenhum dos moldes humanos, ao invés de aumentá-lo ainda mais, Ele o traz para dentro de nós. Então, torna-se bem simples o entendimento, se somos habitação de Deus, tudo o que Ele é e o que Ele representa; está em nós. Em sua Epístola, Paulo deixou bem claro nossa condição como portadores do Reino de Deus: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.” (Gálatas 2.20) E o próprio Mestre, conclui a questão: “Certa vez, tendo sido interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus respondeu: O Reino de Deus não vem de modo visível, nem se dirá: ‘Aqui está ele’, ou ‘Lá está’; porque o Reino de Deus está entre vocês". (Lucas 17.20-21 NVI)

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